Recentemente me deparei com uma palestra de um pregador muito famoso e popular no Brasil que aborda o assunto sobre os Filhos de Deus de Gênesis 6 onde o mesmo traz uma explicação inviesada de uma das intepretações teologicas para esse texto que afirma que os filhos de Deus é a decendencia de Seth como se fora uma verdade absoluta. Motivado por um espirito quase que de revoltado por tratar um asunto tão rico de maneira tão simplista não pude evitar destenhar do palestrante e descidir escrever este texto para provar que os Filhos de Deus não é a linhagem de Seth ou de qualquer outro ser humano!
Embora eu exprese completa descordancia e desdém pela pregação eu não possui nenhum desentendimento com o Augustus Nicodemus que espresa com genialidade sua opnião como se fosse uma verdade quando na realidade é uma mentira forjada dois seculos depois de Cristo por um personagem ligado ao ocutismo. Enão, conferso que a muito não ficava tão fiquei de escrever sobre algum assunto teologico que amo e ainda aproveito para escrever algo novo após 8 anos de minha uitima publicação QUEM FOI O PROFETA EPIMÊNIDES.
Recentemente, assisti a uma palestra de Augustus Nicodemus, um pregador renomado no Brasil que abordava o tema Quem São os Filhos de Deus e as Filhas dos Homens em Gênesis 6?
Ele apresentou uma interpretação teologicamente fraca e facilmente refutavel devido a pouca base teologica que a sustenta, afirmando que os filhos de Deus são descendentes de Seth, como se fosse uma verdade absoluta.
Sentindo-me incomodado com a simplificação desse tema tão complexo e rico, decidi escrever este post para refutar essa interpretação e demonstrar que os Filhos de Deus não se referem à linhagem de Seth ou a qualquer outro ser humano.
Embora eu discorde totalmente e desconsidere essa intepretação que o palestrante traz no video, não tenho desavenças pessoais com o Augustus Nicodemus, que expressa sua opinião com genialidade, embora que baseada em uma mentira forjada dois séculos depois de Cristo por um personagem associado ao ocultismo.
Então, confesso que há muito tempo não me sentia tão motivado para escrever sobre um tema teológico, e converso que fiquei estupefato com a oportunidade de retomar a escrita em meu blog após oito anos desde minha última publicação, "QUEM FOI O PROFETA EPIMÊNIDES".
QUEM SÃO OS FILHOS DE DEUS DE GÊNESIS 6?
É bem provável que o palestrante em questão não possua ciência do que está a ensinar e acredito que não possua nenhuma mal intenção ao replicar essa linha de pensamento equivocada que de fato seria considerada até mesmo pelos discípulos de Jesus como uma heresia!
1 E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, 2 Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. 3 Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. 4 Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama.
Gênesis 6:1-4
A interpretação de Gênesis 6:2, que tenta relacionar o termo filhos de Deus com a linhagem de Sete e filhas dos homens com a linhagem de Caim, apresentada pelo palestrante Augustus Nicodemus neste vídeo, é considerada presunçosa e sujeita a questionamentos. Essa explicação, além de simplista, carece de um amplo respaldo teológico e antropológico judaico, como será abordado adiante.
Há diversas explicações acadêmicas que buscam esclarecer quem são os "Filhos de Deus", e a controvérsia começa em Deuteronômio 28:8, onde o termo é traduzido como filhos de Israel, gerando intensos debates e alegações de que em Gênesis 6:2, o termo deveria ser também interpretado como "filhos de Israel" mesmo Israel ainda não existindo nesse contexto, sugerindo uma distinção étnica e cultural, não de espécie. Deuteronômio 28:8 tem sido objeto de muita atenção e debate, principalmente devido às suas características poéticas, ortografia e morfologia arcaicas, e problemas críticos de texto. Para mais detalhes, sugiro a leitura do artigo acadêmico do Dr. Michael S. Heiser (2001), "DEUTERONOMY 32:8 AND THE SONS OF GOD".
Primeiramente, é crucial examinar a etimologia dos termos em questão neste versículo: "filhos de Deus" e "filhas dos homens". Muitas vezes, o debate teológico concentra-se exclusivamente no objeto "filhos de Deus", negligenciando o significado do segundo conteúdo e o contexto geral do versículo.
O termo utilizado para "filhas dos homens" no original hebraico de Gênesis 6:2 é "benot haadam", em hebraico transliterado "bənōṯ hāʾāḏām" (בְּנוֹת הָאָדָם), que pode ser traduzido literalmente como "filhas do homem" ou "filhas dos humanos". A palavra "āḏām" (אָדָם) é comumente traduzida como "homem" ou "ser humano" e é usada para se referir à humanidade em geral. Algumas traduções mais contemporâneas, como a NVI, optam corretamente por traduzir o original como "filhas dos seres humanos", buscando refletir a ideia original do texto hebraico de sugerir uma distinção de espécie, não de etnia ou cultura.
Por outro lado, o termo utilizado para Filhos de Deus é "benei elohim", em transliteração hebraica "bənê hāʼĕlōhîm" (בְּנֵי הָאֱלֹהִים), podendo ser traduzido literalmente como "filhos de Deus", referindo-se aqui muito provavelmente a seres não humanos. Este termo é frequentemente associado a anjos, sendo utilizado em Jó 1:6 e Jó 2:1 para descrever seres que que têm acesso às regiões celestiais mas que não nescesariamente habitem juntamente com Deus. Embora tradicionalmente se entenda que esses "filhos de Deus" sejam anjos, é importante considerar que o texto não os categoriza explicitamente como tal.
A maioria associa os "filhos de Deus" presumidamente aos anjos desde a antiguidade quase que automaticamente, atribuo esse fato aos vieses religiosos e a possível falta de ponderação analítica sobre o assunto, no entanto, é de minha opinião, após estudo aprofundado do assunto, e análise desse e outros textos originais que essa associação é questionável, pois o texto original sugere que "filhos de Deus" se refere a categorias distintas de espécies ou seres criados por Deus. Sendo assim Deus estaria se referindo a outras espécies aqui em Gênesis e não necessariamente a demônios (anjos caídos).
6 E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles.
Jó 1:6
No capitulo 1 de Jó no versículo 6 encontra-se o relato de que Deus recebeu Filhos de Deus, seres que possivelmente não habitavam com Ele, mas que tiveram naquela ocasião em decorencia de algum evento acesso a Deus provavelmente em alguma região celestial, nessa ocasião automaticamente se presume que aqueles seres são anjos caídos (demônios) que acompanham Satanás, mas avaliando novamente os originais é possível constatar que o texto não relaciona de modo algum aqueles seres a Satanás ou a demônios, pelo contrário, além de não os relacionar é possível constatar no original que o texto faz justamente o oposto, os relaciona como Filhos de Deus. A tradução da NVI faz questão de introduzir inclusive uma vírgula logo após afirmar que "os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o senhor", expresando não relacionamento entre os Filhos com Satanás.
Acredito que esses filhos de Deus são outras espécies de seres criados por Deus que a biblia não fez questão de nos apresentar e que estes seres provavelmente são dotadas de criatividade e inteligência semelhantes assim como nós de algum modo a Deus. Há ainda outra passagens que colaboram com esse entendimento como as passagens de Gênesis 5:24, Ezequiel 1:15-28, 2 Reis entre outro. No entanto, é importante ressaltar que essa é uma visão pessoal, enquanto a associação do termo filhos de Deus com anjos é a interpretação tradicional judaica e teológica mais aceita.
É importante ressaltar que o termo filhos de Deus de Gênesis 6 em todas as fontes mais antigas e na tradição judaica tem a leitura interpretativa de “anjos”. A partir do século III a.C., referências são encontradas na literatura Enoquica, nos Manuscritos do Mar Morto, nos Jubileus, no Testamento de Rúben, 2 Baruque, Josefo e no livro de Judas, assim como na Septuaginta de que sempre o tempo Filhos de Deus foi associado a anjos. É comprova damente atraveis da historia que todos os judeus e até mesmo os discípulos de Jesus sempre foram unanimes em um só posicionamento de expressar nesse contexto a afirmação categorica de que os filhos de Deus foram anjos que tiveram relações sexuais com mulheres humanas por mais chocante que possa parecer.
O negacionismo desse fato é compreensível, considerando que igrejas não pentecostais frequentemente adotam uma postura contrária a explicações sobrenaturais. Existem até mesmo correntes doutrinárias que argumentam que os dons de cura e libertação realizados por Jesus eram meramente fenômenos naturais, de origem psicológica, sendo reais apenas do ponto de vista psicológico dos indivíduos que, hipoteticamente, eram curados.
Essa é uma doutrina perigosa e herética, que busca desvincular o homem do poder de Deus. Considerando que o palestrante pertence a uma igreja que adere parcialmente a essas doutrinas e conceitos, os quais tendem a evitar explicações sobrenaturais, não surpreende a tentativa de implementar uma doutrina herética para abafar uma verdade sobrenatural e chocante, como a teologia defende, de que anjos tiveram relações com mulheres humanas.
Sou veementemente contra qualquer postura que busque afastar o homem da verdade e do poder de Deus. Testemunhei pessoalmente Jesus curar surdos, cegos, paralíticos e muitos outros aflitos, assim como presenciei a libertação de indivíduos cativos de Satanás, especialmente durante campanhas como a Cruzada Fé e Milagres do Evangelista Rubens Cunha da qual tive o privilegio de volutariamente servir.
A interpretação do termo "filhos de Deus" associada à "Descendência de Seth" é registrada pela primeira vez no século II depois de Cristo, por Rabino Shimon bar Yochai, em sua obra hebraica "Sefer HaZohar", conhecida como "Livro do Esplendor", sendo uma obra de extrema importância para a Cabala. Ambos são considerados pelos judeus ortodoxos como obras ocultistas, relacionadas ao misticismo e à feitiçaria.
Veja o que o ceticismo pode gerar: um indivíduo, com o coração repleto de dogmatismos infundados, ao tentar suprimir manifestações sobrenaturais, acaba reproduzindo uma linha intepretativa lançada por alguém profundamente ligado ao ocultismo judaico. Outras referências históricas posteriormente defendem essa associação com a descendência de Seth, como Orígenes de Alexandria, Agostinho de Hipona, Júlio Africano e as Cartas atribuídas a São Clemente, porêm todas datadas do segundo século depois de Cristo, o que contribui para o descrédito que a maioria dos pesquisadores cristãos atribuem a essa linha interpretativa.
Há abordagens científicas que procuram entender esse versículo à luz de conhecimentos históricos e antropológicos, corroborando a interpretação que associa o termo "filhos de Deus" a "anjos". Essas análises convergem para explicações que lançam luz sobre mitos e lendas antigas de diversas culturas do Oriente Próximo. Na perspectiva judaica e rabínica, o termo é amplamente associado a anjos, o que sugere que qualquer outra interpretação pode ser vista como abominável e herética. Esses estudos também sugerem que textos como esse podem ter influenciado a origem de narrativas mitológicas que descrevem interações entre deidades e humanos, como o mito de Hércules, filho de Zeus e Alcmena.
Há, portanto como vimos, uma variedade de interpretações associadas a este texto, incluindo a perspectiva judaica que se associa aos anjos, bem como interpretações mais amplas que consideram uma distinção entre linhagens piedosas e corruptas. No entanto, interpretações que limitam o texto a uma narrativa estritamente cultural e humana carecem de sustentação teológica, histórica e lógica quando se avalia o contexto geral do texto e dos originais.
A verdade é que este assunto é complexo. Penso ser um grande erro ensinar como uma verdade uma corrente de interpretação que associe o termo “filhos de Deus” à descendência de Seth, uma vez que essa linha interpretativa é pouco confiável, surgindo dois séculos depois de Cristo, por uma figura fortemente ligada ao ocultismo judaico. Mas também reforço que o estudo e apresentação das linhas interpretativas inclusive durante pregações são relevantes sim para o estudo acadêmico e teológico, mas é um erro expor como uma verdade aquilo que pode ser considerado no máximo uma opinião pois de outro modo seria categorizado com razão como heresia pela história, teologia e tradição judaica ortodoxa a quem pertenceu a origem e responsabilidade de preservação destes textos.
Uma interpretação mais plausível e confiavel é a de que o texto não se refere a linhagens culturais humanas, como o palestrante sugere, mas sim a seres de espécies distintas que se relacionam com a humanidade, anjos, como desde a origem desses textos se explicou e lhe atribui.
Indo alem o texto avança nos versículos seguintes, mencionando que tal união de seres resultou na geração de uma nova espécie denominada Nefilins, seres poderosos e famosos em seu tempo, espécie que carece de mais estudo, e ao realizá-lo se constata que esses indivíduos possuíam algum tipo de poder sobre-humano que os distinguia em força e estatura colaborando novamente com o que sugere a cultura judaica.
Portanto, ao considerar o texto em sua perspectiva etimológica, teológica, antropológica dentro da cultura judaica ortodoxa e realizando uma análise lógica dos resultados dessa união de indivíduos com as mulheres humanas, parece claro que ele não se refere a linhagens culturais humanas, mas sim a seres de espécies distintas que se relacionam com a humanidade.
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